Voz que liberou entrada de acusado de matar Marielle não é de porteiro que citou Bolsonaro

O jornal O Globo teve acesso ao laudo da Polícia Civil que foi assinado por seis peritos




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Na manha desta terça-feira, 11, o jornal O Globo divulgou que o laudo da Polícia Civil concluiu que a voz do porteiro que efetivamente liberou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, não é a do funcionário que mencionou o presidente Jair Bolsonaro aos investigadores da Delegacia de Homicídios (DH).

Durante um depoimento no ano passado, um dos porteiros disse que Bolsonaro havia liberado a entrada de Élcio no condomínio. Agora, a perícia no áudio da portaria, iniciada em 13 de janeiro deste ano, confirmou que foi um outro funcionário que interfonou para Lessa, morador do condomínio e vizinho de Bolsonaro.

O laudo é assinado por seis peritos, segundo eles, o áudio gravado quatro horas antes da execução de Marille não sofreu nenhuma edição e que a pessoa que autorizou a entrada de Élcio no condomínio foi o policial reformado Ronnie Lessa. Ambos estão presos acusados de terem participado do crime

Em depoimento, o porteiro que citou Bolsonaro informou que às 17h10 do dia do crime, uma pessoa de nome Élcio anunciou que iria visitar Jair, na casa 58, o funcionário do condomínio ligou para a casa 58 para confirmar se o visitante tinha autorização para entrar. Uma pessoa que ele identificou como sendo o “seu Jair” liberou a entrada de Élcio. Bolsonaro, no entanto, se encontrava em Brasília no dia.

. Foto: Editoria de Arte

O Ministério Público do Rio já havia afirmado que autorização da entrada de Élcio foi dada por Lessa, e não por Bolsonaro. Depois, o porteiro voltou atrás e disse ter lançado errado o registro de entrada de Élcio na casa de ” Seu Jair”.

Os peritos afirmaram que mesmo com “limitações na quantidade de material examinado”, a partir de análises acústica e biométrica, o áudio “possui características convergentes com a fala padrão coletada pelo porteiro Z, mais do que qualquer dos outros porteiros analisados”.