
O galês Ruben Owen viralizou recentemente ao compartilhar uma experiência inusitada nas redes sociais, ele ignorou as recomendações médicas e teve relações sexuais logo após realizar um transplante capilar. No dia seguinte, acordou com o rosto extremamente inchado. O caso, que aconteceu em 2022, reacendeu o debate sobre os cuidados no pós-operatório desse tipo de procedimento estético.
Segundo o Dr. Iago Carega, cirurgião e especialista da Clínica Vitta Capelli, o inchaço é uma consequência comum do transplante capilar, especialmente nos primeiros dias após a cirurgia. No entanto, pode ser agravado por atitudes que elevem a pressão arterial ou a frequência cardíaca, como relações sexuais.
“Durante o procedimento, infiltramos soro fisiológico e anestesia local no couro cabeludo, o que pode gerar acúmulo de líquido na região. Esse líquido pode descer pela face, especialmente na área dos olhos, causando inchaço. Quando o paciente não respeita o repouso adequado, esses efeitos se intensificam”, explica o Dr. Iago.
O especialista orienta que o pico do inchaço acontece entre o segundo e o quarto dia após a cirurgia, e é justamente nesse período que o repouso deve ser rigorosamente seguido. A recomendação é evitar atividades que envolvam esforço físico, inclinação da cabeça para baixo ou aumento da circulação sanguínea na região da cabeça.
“As relações sexuais só devem ser retomadas entre o quarto e o quinto dia após a cirurgia, quando o organismo já começa a reabsorver o excesso de líquido e o inchaço tende a regredir. Antes disso, existe um risco maior de complicações”, orienta o cirurgião.
Já Gabriel Bortolazi, sócio e especialista capilar da Vitta Capelli, ressalta que os pacientes frequentemente subestimam o impacto de pequenas atitudes no pós-operatório. “A gente costuma dizer que o transplante capilar não termina quando o paciente sai da clínica. O sucesso do resultado depende diretamente dos cuidados nas primeiras semanas. Relações sexuais, consumo de álcool, exposição ao sol, tudo isso precisa ser temporariamente evitado ou feito com orientação, para não comprometer o processo de cicatrização”, afirma Bortolazi.
Sobre masturbação, os especialistas afirmam que não há contraindicação direta, desde que a atividade não envolva esforço físico intenso nem posição que force a inclinação da cabeça. O caso de Ruben, que chegou a suspeitar de uma infecção sexualmente transmissível antes de descobrir a real causa do inchaço, serve como alerta para quem passa pelo procedimento. O quadro dele regrediu em cerca de uma semana e, felizmente, não afetou o resultado do transplante. Mas nem todos os pacientes têm a mesma sorte.
“Seguir as orientações é essencial para garantir um resultado seguro e satisfatório. A pressa pode colocar todo o investimento de tempo, dinheiro e expectativa a perder”, finaliza o Dr. Iago.