O país acorda sem o brilho de Jane di Castro

A atriz transexual faleceu no final da manhã de ontem, 23. Jane di Castro era uma importante ícone do movimento LGBTQIA+




Brasil, Notícias

As artes nacionais acordaram um pouco chorosas neste sábado, talvez o brilho do céu seja hoje em sua homenagem. Na manhã de ontem, 23, o Brasil perdeu uma de suas grandes artistas. Artista em plural, em vida, em palco.

Jane di Castro, 73, morreu em um hospital do bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro, onde estava internada. A atriz, cantora e performer foi vítima de complicações de um câncer que tratava já a algum tempo.

Jane tem em sua história uma vida de luta, transformação e arte. A transexual fez de sua vida um exercício do ato de viver. Começou a carreira ainda nos 1960, se apresentando em casas noturnas do Rio de janeiro, chegou a ser dirigida por Bibi Ferreira e dividiu a cena como nomes como Rogéria e Ney Latorraca. A artista tem em seu currículo, ainda, participações em espetáculos com turnês internacionais, tendo se apresentado Lincoln Center, famoso teatro norte-americano.

A cerca de quatro anos parte da história de Jane, e de outras cinco transexuais brasileiras, foi contada no documentário Divinas Divas, dirigido por Leandra Leal. Leandra declarou estar triste e desolada com a partida da amiga. Jane fez, também, uma participação em A Força do Querer, novela das 21h atualmente em reprise.

Jane di Castro foi casada durante quase 50 anos com Octávio Bonfim, que também faleceu vítima de câncer dois anos atrás.

A artista deixa um legado de canto e representação, deixa aqui o registro de seu brilho e o poder da sua voz. Jane deixa bons exemplos em tempos necessários.

Devido as condições impostas pela pandemia, a cerimonia será restrita a parentes e amigos.