‘Não tratar a desinformação como opinião’, afirma Manuela d’Ávilla durante lançamento da V Semana de Jornalismo da UFCA

A jornalista reforçou que o uso do termo desinformação é o mais apropriado, diante da expressão americana fake news ter se tornado comum para quaisquer situações.




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A Universidade Federal do Cariri (UFCA) promoveu na noite desta quinta-feira (29), o lançamento da V Semana de Jornalismo. Os convidados foram a jornalista e ex-candidata à vice-presidência do Brasil, Manuela d’Ávilla e o diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (SindJorCe), Rafael Mesquita. O tema foi “Fake News e o Impacto da Pandemia na atual Conjuntura do Jornalismo Cearense”.

Manuela debateu falou sobre a banalização do termo fake news, conversando com os estudantes sobre os impactos que as notícias falsas podem ocasionar. Durante o momento, Manuela narrou que teria sido vítima de mais um ataque e que estava sensível. A jornalista reforçou que o uso do termo desinformação é o mais apropriado, diante da expressão americana ter se tornado comum para quaisquer situações.

“Homens públicos como Donald Trump e Jair Bolsonaro, passaram a usar a expressão fake news, para se dirigir a absolutamente tudo que não compartilhavam ou concordavam com as opiniões expressas por eles. É normal a gente ver alguém não concordar com o jornalista e dizer: “Você ‘tá’ [sic] disseminando fake news!” Banalizou o termo, vulgarizou o termo e passou a ser o uso da expressão fake news uma desinformação. É por isso que eu tenho trabalhado com a expressão em português desinformação, e o uso consciente da desinformação, porque jornalistas também erram. E não se trata sobre o erro de alguém, e sim, desinformar com má fé, propositalmente desinformar”, explicou Manuela.

Ela enfatizou também que não podemos tratar a desinformação como opinião. “Foi por tratar a desinformação como opinião, que homens como Jair Bolsonaro conseguiram se eleger”, pontuou.

Rafael Mesquita mostrou os dados relacionados a jornada de trabalho depois da pandemia e aos índices de riscos nos quais os profissionais se colocam, por estar em constante exposição ao novo coronavírus, além do crescimento da violência contra jornalistas. De acordo com ele, houve um aumento de mais de 105% nos atos de violência, em relação a 2019. Foram 428 ataques, dois assassinatos e o crescimento de 280% nas agressões verbais e ataques virtuais.