Museu Nacional anuncia descoberta de novo dinossauro

A idade dos materiais encontrados ainda é considerada incerta. Contudo, deve estar situada entre 70 e 80 milhões de anos




Ciência, Notícias

Pesquisadores do Museu Nacional, da COPPE/UFRJ e do Centro de Paleontológico da Universidade do Contestado – CENPALEO (Mafra, SC), reuniram a imprensa nacional na manhã desta quinta-feira,18, para apontar a descoberta de uma nova espécie de dinossauro. O fóssil descoberto foi nomeado de Berthasaura leopoldinae. O novo espécime é de pequeno porte, contando com cerca de 1 metro de comprimento, ele viveu no período cretáceo, onde atualmente existe a cidade de Cruzeiro do Oeste, noroeste do Paraná. 

O esqueleto foi encontrado em escavações coordenadas pela equipe de paleontólogos do Centro Paleontológico da Universidade do Contestado e do Museu Nacional, em um corte de estrada rural em Cruzeiro do Oeste, como informou Luiz Weinschütz, geólogo do CENPALEO. Luiz Weinschütz, geógrafo do CENPALEO, destaca que “na última década, dezenas de fósseis foram coletados nessa região, o que levou à descrição de novas espécies, particularmente de pterossauros. Essa nova descoberta de um dinossauro, o segundo da região, mostra a importância daquele sítio fossilífero que chamamos de Cemitério dos Pterossauros.”

“Temos restos do crânio e mandíbula, coluna vertebral, cinturas peitoral e pélvica e membros anteriores e posteriores, o que torna “Bertha” um dos dinos mais completos já encontrados no período Cretáceo brasileiro”, é o que aponta Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional. O pesquisador participou de algumas das incursões de campo realizadas na cidade de Cruzeiro do Oeste. 

Montagem do esquemática do espécime encontrado. Foto: Museu Nacional

O nome da nova espécie, de acordo com Marina Bento Soares, pesquisadora, indica que trata-se de uma “tripla” homenagem. O Berthasaura leopoldinae homenageia a professora Bertha Maria Júlia Lutz (1894-1976), ela era bióloga e pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de dispor de um largo histórico de apoio às lutas pelos direitos políticos das mulheres. Acrescenta-se, ainda, que há menção para a Imperatriz brasileira Maria Leopoldina (1797-1826), considerada como grande entusiasta das ciências naturais. Por fim, Maria Bento reforça que existe destaque para a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, que retratou o Museu Nacional da como samba enredo no carnaval de 2018. 

O estudo divulgado nesta manhã e publicado em revista científica da área foi comandado pelos seguintes pesquisadores: Geovane Alves de Souza, Marina Bento Soares, Luiz Weinschütz, Everton Wilner, Ricardo Tadeu Lopes, Olga Maria Oliveira de Araújo, Alexander Kellner.