Ministério da Defesa afirma que leite condensado dá energia para os militares, ao justificar compra

A pasta foi o órgão que mais empenhou recursos para compra deste insumo




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A pasta da Defesa enviou nota à imprensa para apresentar justificativas para o gasto de mais de R$15 milhões em leite condensado. Segundo o Ministério, a compra foi feita porque o produto teria grande “potencial energético” para as tropas. As Forças Armadas contam atualmente com um contingente de 370 mil servidores, que realizam suas refeições em 1,6 mil locais espalhados pelo país. O Ministério da Defesa, por meio de seu titular, o general Fernando Azevedo e Silva, disse que o contingente é majoritariamente jovem, o que poderia ampliar a quantidade de produtos consumidos.

Os questionamentos com os gastos alimentares surgiram após uma reportagem do site Metrópoles revelar empenhos exorbitantes para alguns produtos, dentre eles, R$15,6 milhões apenas em leite condensado. Os investimentos estão dispostos no painel de compras do Governo, instrumento ligado ao Ministério da Economia.

Após a publicação da reportagem, o Portal da Transparência do Governo Federal chegou a ficar indisponível por algumas horas. Por sua vez, o presidente da República, Jair Bolsonaro, ao se manifestar sobre o assunto, simplesmente subiu o tom e acusou a imprensa usando de expressões de baixo nível. A manifestação ocorreu no interior de uma churrascaria em Brasília, ambiente que nitidamente estava desrespeitando as normas sanitárias impostas pela pandemia de Covid-19.

O Ministério da Defesa também se pronunciou sobre a aquisição de chicletes, neste produto foram gastos R$2,2 milhões. De acordo com o general responsável, o investimento tem por objetivo ajudar na higienização bucal das tropas, pois em algumas situações não seria possível realizar escovação adequada.

A nota é finalizada informando que os empenhos elencados estão dentro daquilo que é compreendido como normal. Informou, ainda, que os gastos por militar não são reajustados desde 2017.