O primeiro lote de vacinas infantis da Pfizer contra a Covid-19 chegará ao Brasil às 3h40 (de Brasília) do dia 13 no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Serão entregues 1,2 milhões de doses. A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde.
As vacinas serão distribuídas a estados e municípios para a imunização de crianças de 5 a 11 anos. A aplicação de doses pediátricas da Pfizer foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de dezembro, mas o Ministério da Saúde demorou quase três semanas para incluir crianças na campanha nacional de vacinação.
Em 20 de dezembro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que “não havia pressa” para vacinar crianças de 5 a 11 anos. A fala foi amplamente criticada por especialistas, secretários de Saúde e governadores, que cobravam agilidade do governo federal.
Para a tomada de decisão, a Anvisa analisou um estudo feito com 2.250 crianças que comprovou que o imunizante da Pfizer é seguro e eficaz, com benefícios que superam os riscos. Mesmo assim, o Ministério da Saúde decidiu fazer uma consulta pública sobre a vacinação de crianças, que recebeu críticas de sociedades médicas e científicas.
No questionário, encerrado no domingo (2), a maioria dos participantes rejeitou a obrigatoriedade de prescrição médica para vacinar crianças, como propôs o Ministério da Saúde.
Antes de anunciar que incluiria crianças na campanha de vacinação, a pasta ainda promoveu uma audiência com a participação de três médicos contrários à vacinação de crianças eles foram convidados pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL).
Mesmo com o aval da Anvisa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) já se manifestou contra a vacinação de crianças contra a Covid-19 em diversas ocasiões. Em 16 de dezembro, durante uma de suas lives semanais, ele anunciou ter pedido os nomes dos técnicos da agência responsáveis por aprovar a vacina ao público infantil, dizendo querer “divulgar o nome dessas pessoas”.
Três dias depois, durante conversa com apoiadores em Praia Grande (SP), Bolsonaro voltou a criticar a Anvisa, questionou supostos efeitos adversos da vacina sem, no entanto, apresentar dados e repetiu ser a favor da “liberdade” de não se vacinar, ainda que isso represente um risco a outras pessoas.
“Nem a tua [vacina] é obrigatória. É liberdade”, afirmou. “Criança é uma coisa muito séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros. É inacreditável, desculpa aqui, o que a Anvisa fez. Inacreditável.”