O episódio ocorreu na noite de segunda-feira (1º), durante a transmissão ao vivo do programa “Na Lata”, comandado por João Paulo Ramos e pelo ex-vereador Janu. Em um momento da live, João Paulo declarou: “A sapatão preferida do povo que fica fazendo esse tipo de situação, como diz uma colega minha, é falta de tchola.” Após o comentário, o apresentador riu e continuou com a programação.
Durante a transmissão, foram utilizados termos depreciativos e homofóbicos em referência à jornalista. Em outro momento, Janu acrescentou: “A sapatãozinha apresentando o programa aí ó, começou hoje o programa dela.” João Paulo questionou: “De quem?”, e Janu respondeu: “Da Karol, ela agora tá fazendo um programa.”
Os ataques também se referiam à estreia do telejornal Central Caririensi, comandado por Karol Matos, que assume o cargo de diretora-geral do site Caririensi e apresentadora do programa. Nas redes sociais, a jornalista recebeu mensagens de apoio e reforçou que atos homofóbicos são crimes.
O caso provocou repercussão entre internautas e colegas da imprensa regional, que se posicionaram em defesa da profissional. Karol destacou que continuará seu trabalho jornalístico com determinação, mesmo diante das tentativas de intimidação: “É triste constatar que, em pleno 2025, ainda existam pessoas tentando desmerecer um profissional apenas por sua orientação sexual. Seguirei firme, com coragem e ética, levando informação para o povo do Cariri”, afirmou.
O episódio reacende a discussão sobre responsabilidade em programas de comunicação e sobre a importância de respeitar a dignidade humana em espaços públicos. Desde 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou os crimes de homofobia e transfobia ao crime de racismo, previsto na Lei nº 7.716/1989, o que significa que atos discriminatórios contra pessoas LGBTQIAP+ podem resultar em pena de 1 a 3 anos de prisão e multa.
