Na noite de ontem, 19, véspera do Dia da Consciência Negra, ocorreu em Porto Alegre mais um caso de racismo brutal. João Alberto Silveira de Freitas foi brutalmente espancado até a morte. O caso aconteceu no estacionamento de uma das lojas da rede de supermercados Carrefour. Segundo o que foi informado, João teria se desentendido com uma das funcionárias do supermercado.
Após o desentendimento, dois seguranças arrastaram o homem de 40 anos para fora do estabelecimento e em seguida começaram as agressões. Vídeos que circulam nas redes socais mostram o momento em que um dos seguranças agarra o cidadão, enquanto o outro passa a desferir diversos socos na cabeça dele. Os dois seguranças eram brancos.
Uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser deslocada para o local, no entanto, os médicos não conseguiram reanimar o paciente. Milena Borges, esposa de Alberto Freitas, disse que as últimas palavras do companheiro foram: “Milena, me ajuda”. A esposa de Alberto afirmou que quando as agressões começaram, ela ainda estava no caixa passando as compras do casal, disse, também, que quando correu para tentar ajudar o marido, um dos seguranças a empurrou.
Um dos seguranças que comandou a agressão atua como policial militar temporário em Porto Alegre. Os dois seguranças foram detidos em flagrante e devem ser processados por homicídio doloso, quando se assume a possibilidade de matar.
O Carrefour manifestou-se durante a madrugada. Disse que os funcionários eram contratados por uma empresa terceirizada, e garantiu que os dois já foram desligados. Afirmou que irá realizar uma rigorosa avaliação interna e que ingressará com uma queixa-crime contra os responsáveis.
Essa não é a primeira vez que a rede de supermercados se envolve em casos de racismo. Além de situações envolvendo racismo, a rede já observou problemas ligados a questões trabalhistas, desrespeito aos direitos animais, entre outros. Encontram-se facilmente diversos relatos que marcam os últimos anos e que se relacionam com o Carrefour. Aparentemente a rede vem dando respostas protocolares, não se preocupando em mudar verdadeiramente a sua lógica de funcionamento e entendimento social.
Enquanto isso, multiplicam-se as agressões, o desrespeito, e em casos mais extremos enxerga-se a morte.