Irmã Dulce é canonizada e tem sua primeira missa com basílica lotada no vaticano

Santa Dulce dos pobres. É como a Irmã Dulce passou a ser chamada depois canonização.




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Irmã Dulce é canonizada e tem sua primeira missa com basílica lotada no vaticano

Foto: reprodução

O Papa Francisco celebra a missa de canonização na Praça de São Pedro, no Vaticano, neste domingo (13)  — Foto: Alberto Pizzoli/AFP

Santa Dulce dos pobres. É como a Irmã Dulce foi chamada após a cerimônia de canonização que a tornou santa na manhã deste domingo (13), na Praça de São Pedro, no Vaticano. Já a missa realizada nesta segunda-feira (14) ocorreu na Basílica de Sant’Andrea Della Valle. Tendo a presença de autoridades, artistas e religiosos na cerimônia.

Santa Dulce, é conhecida popularmente como Anjo Bom da Bahia, foi uma das religiosas mais populares do Brasil graças ao trabalho social prestado aos mais pobres e necessitados, principalmente na Bahia.

O Vaticano considera que Santa Dulce dos Pobres é a primeira santa brasileira. Embora outras brasileiras e uma religiosa que atuou no país tenham sido canonizadas pela Igreja Católica anteriormente, irmã Dulce é a primeira mulher nascida no Brasil que teve milagres reconhecidos.

Papa pede intercessão de outros santos

Praça de São Pedro, no Vaticano, lotada de fiéis antes do início da missa de canonização de Irmã Dulce — Foto: Reprodução/GloboNews

Segundo o portal G1 o chamado “rito de canonização” aconteceu na missa de domingo celebrada pelo Papa Francisco. Após um canto de entrada, o Papa abriu a celebração e, em seguida, houve um canto de “invocação do Espírito Santo”. O ato é uma forma de pedir a Deus que o ajude a tomar uma decisão acertada.

Depois, em uma “ladainha” — uma oração cantada —, a Igreja invocou a intercessão de todos os outros santos. Em seguida, foi lida a fórmula de canonização. Depois da leitura da fórmula, em latim, os cinco beatos foram considerados santos. A partir daí, houve um canto de comemoração e a missa seguiu como ocorre nos demais domingos.

Além de Irmã Dulce, foram canonizados:

  • o teólogo e cardeal inglês John Henry Newmann, um dos principais intelectuais cristãos do século 19;
  • a religiosa italiana Giuseppina Vannini;
  • a religiosa indiana Mariam Thresia Chiramel Mankidiyan;
  • a catequista suíça Margherita Bays.

Na homilia da missa de canonização, o Papa Francisco afirmou que as pessoas que se dedicam ao serviço dos mais pobres na vida religiosa fizeram “um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo”.

Francisco disse que, como os leprosos citados nos textos bíblicos, “todos nós precisamos de cura” e somente Jesus oferece essa cura. Por isso, segundo ele, é preciso rezar, pois “a oração é o remédio da alma”.

A cerimônia foi acompanhada por autoridades brasileiras como o vice-presidente, Hamilton Mourão; o governador da Bahia, Rui Costa; o prefeito de Salvador, ACM Neto; e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.

O príncipe Charles, do Reino Unido, também participou da missa. Um dos santos que estavam sendo canonizados é britânico.

Antes da missa, a cantora baiana Margareth Menezes, o padre Antonio Maria e o sanfoneiro cearense Waldonys tocaram e cantaram no altar a música oficial da canonização.

Beatificação e caminhos para canonização

Em informações do G1 a Irmã Dulce foi beatificada em 2011, após ter o primeiro milagre reconhecido. A graça alcançada foi a recuperação de uma paciente que teve uma grave hemorragia pós-parto e cujo sangramento subitamente parou, sem intervenção médica. Após beatificada, Dulce Lopes Pontes passou a ser chamada “Bem-aventurada Dulce dos Pobres”.

Para ser considerada santa, Irmã Dulce precisaria ter um segundo milagre reconhecido, o que ocorreu em maio deste ano. O miraculado, o maestro soteropolitano José Maurício, voltou a enxergar após fazer uma oração para a então beata. Ele teve glaucoma e começou a perder a visão em 1999. Em 2000, ele já estava cego, mas em 2014 voltou a enxergar.

Além do milagre recebido por José Maurício, outras duas graças alcançadas por devotos após orações a Irmã Dulce estavam sendo analisadas pelo Vaticano para o processo de canonização da religiosa.

Os três casos foram enviados ao Vaticano pelas Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), em 2014, após análise de profissionais da própria instituição. Os outros dois milagres que ainda não foram confirmados pelo Vaticano continuam sendo analisados.

O Vaticano tem quatro exigências quanto à veracidade de uma graça, até ser considerada milagre: ser preternatural (a ciência não consegue explicar), instantâneo (acontecer imediatamente após a oração), duradouro e perfeito.

Cariri: Crato constrói capela de Santa Dulce dos Pobres

Em Santa Fé, distrito do Crato, na área Pastoral Imaculada Conceição foi onde a Diocese construiu a primeira capela em homenagem a Santa Dulce dos pobres.

O Padre José Ricardo, no dia 13 de Maio de 2013, trouxe a imagem da até então beata. Foi quando realizou a procissão até a futura capela, sendo acompanhado dos moradores da comunidade e das comunidades circunvizinhas.

Neste dia e no local que seria construída a capela foi rezada a primeira Missa e o padre apresentou a imagem de Irmã Dulce. A história da freira baiana e suas boas ações para com os pobres caíram no gosto do povo. Então, em 2 de novembro de 2014 foi marcado a alicerce da capela. Em 2017, a construção chegou a bom termo.