Foto: Kevin Lamarque/Reuters
O Itamaraty afirmou ao jornal O Globo que a Chancelaria do Irã pediu explicações à diplomacia brasileira, no domingo (05), sobre o posicionamento do Brasil frente aos acontecimentos, no Iraque, que resultou na morte do brigadeiro-general iraniano Qasem Soleimani, principal comandante da Força Quds de elite.
Maria Cristina Lopes, encarregada de negócios da embaixada do Brasil no Irã, representou o governo brasileiro na reunião no Ministério das Relações Exteriores iraniano. A reunião foi confirmada pelo Itamaraty, mas o teor da conversa não foi revelado.
“A conversa, cujo teor é reservado e não será comentado pelo Itamaraty, transcorreu com cordialidade, dentro da usual prática diplomática”, informou o Ministério das Relações Exteriores.
A nota publicada divulgada pelo Itamaraty na última sexta-feira (03), condenou várias vezes o terrorismo e demonstrou que, para o governo brasileiro, o general iraniano e a própria Guarda Revolucionária poderiam ser classificados como terroristas.
“Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo”, diz um trecho do comunicado, intitulado “Acontecimentos no Iraque e luta contra o terrorismo”.
Na nota, o governo afirma que “o Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento”. Destaca, ainda, que o terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Oriente Médio e aos países desenvolvidos, “e o Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afeta inclusive a América do Sul”.
O presidente Jair Bolsonaro também deu declarações parecidas, e disse que o Brasil é “aliado de qualquer país no combate ao terrorismo”.