Funcionários do Banco Mundial solicitam impedimento da nomeação de Weintraub

Os funcionários se dizem preocupados com as acusações de racismo às quais ele responde.




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Uma associação de trabalhadores da entidade escreveu carta pedindo a suspensão da nomeação do ex-ministro. Weintraub foi indicado pelo Ministério da Economia para assumir a diretoria executiva que representa o Brasil e mais 8 países no banco. Sua confirmação depende de uma eleição interna, considerada meramente protocolar, já que o Brasil tem mais de 50% do poder de voto. Os funcionários se dizem preocupados com as acusações de racismo às quais ele responde.

Trecho da carta da associação de funcionários: “O Banco Mundial acaba de assumir uma posição moral clara para eliminar o racismo em nossa instituição. Isso significa um compromisso de todos os funcionários e membros do Conselho de expor o racismo onde quer que o vejamos”.

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Por ter deixado o primeiro escalão do governo federal, Weintraub perdeu o foro privilegiado e, consequentemente, não deve mais ser julgado pelo STF, afirma Celso de Mello, então Abraham Weintraub vai responder às acusações de racismo na Justiça de 1ª instância. Abertura do inquérito foi autorizada no mês de abril, a pedido da Procuradoria Geral da República, após publicação de Weintraub culpando chineses pela pandemia da Covid-19.

Investigação

A abertura do inquérito foi autorizada pelo magistrado em abril, a pedido da PGR, devido a uma publicação de Weintraub numa rede social sobre os chineses e a pandemia do novo coronavírus. Na ocasião, o Ministério da Educação disse que não comentaria.

O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, apontou a suposta violação do artigo 20 da lei que define os crimes por discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena prevista é de um a três anos de prisão.

No início de abril, um post de Weintraub no Twitter questionou quem poderia sair fortalecido geopoliticamente da crise causada pela pandemia. No texto, o ex-ministro trocou o “R” pelo “L”, numa referência ao personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, e a uma dificuldade comum dos chineses ao pronunciarem palavras em português. Uma imagem com a bandeira da China ilustrava a publicação. O post foi depois apagado.

Também no Twitter , o embaixador da China no Brasil, Wanming Yang, divulgou uma nota oficial de repúdio ao ato, que classificou de racismo contra os chineses.

A sucessão do Ministério da Educação segue sem definição. Novo nome que desponta é próximo de Weintraub e tem apelo entre apoiadores mais conservadores do presidente.