Chapada do Araripe pode se tornar a primeira Paisagem Cultural do Ceará

A mobilização ganha força com a campanha “Chapada do Araripe como Patrimônio DÁ Humanidade”.




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O reconhecimento da Chapada do Araripe como Paisagem Cultural será enviado em projeto de Lei à Assembleia Legislativa, que cria o instrumento jurídico da Chancela Cultural na Legislação estadual de patrimônio, para que seja conferido à Chapada do Araripe o reconhecimento como Paisagem Cultural do Ceará.

Após apreciação dos deputados, seguirá para aprovação pelo governador Camilo Santana. A ação pioneira é uma dos passos para a candidatura da Chapada do Araripe como Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade, junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A candidatura conta com o apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará (Sema) e Secretaria do Turismo do Estado do Ceará (Setur), além da Funcap, da Universidade Regional do Cariri (Urca), do sistema Fecomércio, da Fundação Casa Grande, do Geopark Araripe, entre outros, e teve início em agosto de 2019, com a realização do Seminário Chapada do Araripe Patrimônio da Humanidade, ocorrido em Nova Olinda.

Através da Funcap, foi iniciado ainda em agosto passado o Dossiê exigido pela Unesco para a candidatura. Até o momento, já foram mapeados bens naturais e culturais de 29 municípios da região, tais como sítios históricos, arqueológicos e paleontológicos, além de expressões da cultura imaterial, como celebrações (festa e Santo Antônio de Barbalha), reisados, os saberes e fazeres dos mestres da Cultura no Cariri, etc.

A primeira versão do Dossiê foi apresentada em audiência pública, convocada pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (COEPA) no dia 19 de maio. Estão previstos para o próximo semestre uma segunda Edição do Seminário, a correção de apontamentos da primeira versão do Dossiê, bem como o Planejamento de Gestão da Candidatura da Chapada do Araripe como Patrimônio da Humanidade, até a apresentação formal à Unesco em 2023.

Alemberg Quindins, fundador da Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, que também contribuiu com a campanha, ressalta: “Enquanto cearenses, nordestinos e brasileiros, já temos ciência e consciência de que a Chapada do Araripe, do ponto de vista cultural e do Cariri, é um patrimônio da humanidade”.

A mobilização ganha força com a campanha “Chapada do Araripe como Patrimônio DÁ Humanidade”. O secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba, destaca sua a importância, explicando o porquê do “DÁ” no nome, sugerido por Alemberg Quindins, fundador da Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, que também contribuiu com a campanha.

“Alemberg é como o Gilberto Gil, ele tem as sacadas poéticas – é como se fosse uma oferta do Ceará para a humanidade, de como a conservação, a preservação, a salvaguarda e o envolvimento das pessoas pode ser um elemento central para o desenvolvimento humano da região da Chapada do Araripe e do Cariri. Creio que estamos abrindo um processo muito importante junto ao Coepa, para que esse projeto possa ser respaldado por essa instância e, como também colocou a professora Conceição Lopes e o professor Patrício Melo, ela é generosa com o próprio Ceará e estados vizinhos”, comentou.

O secretário reforça que além disso, haverá um diálogo com os outros estados no quais a Chapada também faz parte, que são Pernambuco, Piauí e Paraíba.

“Estamos trazendo a ideia de uma abertura da zona do entorno para Pernambuco, Piauí e Paraíba. Em um primeiro momento, com Pernambuco, teremos uma reunião conjunta, para um outro passo importante, que seria a assinatura de um termo de cooperação dos estados do Ceará e Pernambuco para essa candidatura”, ressaltou o secretário.