Cariri tem aumento dos casos de dengue; médica infectologista alerta como se prevenir

Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado, Crato dobrou número de casos da doença em um ano.




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Em 2020, a Região Metropolitana do Cariri teve uma grande quantidade de pessoas infectadas por dengue. Segundo o Boletim Epidemiológico do Governo do Estado, foram 20.653 casos confirmados em todo o Ceará, sendo 7.657 casos só no Cariri. Em 2019, esse número havia sido bem abaixo, 14.758 e no Cariri, foram registrados 3.775 casos. Ou seja, esse número dobrou no intervalo de um ano. Para 2021, é necessário tomar todos os cuidados de prevenção.

Por exemplo, a cidade do Crato registrou 128 casos em 2019 e 1.527 em 2020. De acordo com a Secretária de Saúde do Município, o número é considerado muito alto, mesmo que a pandemia de Coronavírus tenha impossibilitado a ida dos Agentes de Endemias à casa das pessoas.

Neste ano de 2021, a Sesau do Crato informou que até o dia 05 de março foram notificados 54 casos suspeitos de dengue. Desses, 44 foram confirmados, seis descartados, um inconclusivo e outros três aguardando resultado. O Município informou que as atividades de prevenção continuam em execução. Nesta semana, as equipes de endemias estão atuando nos bairros Vila Alta, Seminário, Muriti, Pimenta, Ossean Araripe, Parque Grangeiro, Mirandão e no distrito de Dom Quintino.

O que é a dengue?

A Dengue é uma doença febril aguda, causada pelo vírus transmitido através da picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti. As picadas desse mosquito acontecem geralmente nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde e, principalmente, nos meses de verão.

Os principais sintomas são: febre alta, geralmente entre 39° a 40°C, de início repentino, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos e manchas avermelhadas na pele. Nas formas mais graves, pode ocorrer a Dengue Hemorrágica, apresentando dor abdominal forte, vômitos persistentes, pele pálida, fria e úmida, sangramento pelo nariz, boca e gengivas, dificuldade para respirar e confusão mental.

A prevenção da dengue pode ser feita com práticas simples. A primeira é eliminar os focos de água parada, mantendo os pratos de vasos de flores e plantas com areia, guardar garrafas com a boca virada para baixo, limpar sempre as calhas, não jogar lixo em terrenos baldios, colocar o lixo sempre em sacos fechados, manter baldes, caixas d´água e piscinas sempre tampados, eliminar copos plásticos e tampas de refrigerantes, além de observar se não existe água acumulada em pneus velhos.

A médica infectologista, Ana Rachel Seni, destaca que usar calça e blusa compridas em tempos de epidemia também é uma boa maneira de evitar ser picado. “Passar repelente, aprovado pela Anvisa, diariamente nas áreas expostas do corpo, como rosto, orelhas, pescoço e mãos e colocar telas de proteção em todas as janelas e portas da casa é super aconselhável. Também é importante tomar a vacina da dengue disponível em clínicas particulares atualmente”, disse.

É importante também limpar os recipientes de água dos animais domésticos; usar telas de proteção em janelas e portas. É aconselhável ainda a aplicação de larvicida, com objetivo de eliminar ovos e larvas do mosquito, em locais com muitos focos de água parada como depósitos de sucata, ferros-velhos ou lixões.

Essa ação deve ser realizada por profissionais treinados e é indicada pelas Secretarias de Saúde dos Municípios. Pode ser feito de maneira individual nas residências ou em locais com grande acúmulo de água ou na forma de fumacê.