Uma brasileira de 38 anos morreu depois de complicações de um tipo de câncer muito raro chamado carcinoma espinocelular, associado ao uso de prótese de silicone. O caso aconteceu em 2023, mas só foi descrito neste mês em um estudo publicado na revista Annals of Surgical Oncology. Esse é o primeiro registro no Brasil e, no mundo todo, menos de 20 pessoas já foram diagnosticadas desde 1992.
Segundo os médicos, não é câncer de mama, mas sim algo que surge na cápsula que o corpo forma em volta da prótese. A hipótese é que uma inflamação nessa área, depois de muitos anos, pode acabar levando ao problema. No caso da paciente, ela tinha o implante há 18 anos e percebeu inchaço e líquido em uma das mamas antes de procurar ajuda médica.
Mesmo com cirurgia e tratamento, o tumor se espalhou rápido e acabou provocando a morte cerca de 10 meses após o diagnóstico. Apesar disso, os especialistas reforçam que a doença é extremamente rara e não deve assustar quem tem prótese de silicone.
A recomendação é manter os exames em dia e prestar atenção a sinais como aumento repentino da mama, endurecimento ou presença de nódulos. Nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos semelhante à Anvisa, recomenda ultrassom de mama a cada dois anos, a partir do quinto ano de implante.

