Nesta terça-feira, 3, comemora-se o dia da liberdade de imprensa, e a ONG Repórteres Sem Fronteiras divulgou mais uma edição do levantamento que realiza anualmente, a fim de identificar o nível de liberdade de imprensa ao redor do mundo. A ONG realiza monitoramentos em 180 países, e na edição 2022 do ranking, o Brasil está na posição 110°, considerada uma colocação crítica.
De acordo com o relatório, quando são observados somente os 26 países que compõem a América Latina, o Brasil segue em local desfavorável, situado entre os dez últimos colocados. O documento aponta que no âmbito da américa existe uma verdadeira crise de liberdade de imprensa, com ataques públicos à profissionais, veículos e ações de difamação online.
No contexto brasileiro, o texto apresentado pondera que a ascensão do governo Bolsonaro (PL) tem sido um dos principais fatores de limitação do livre exercício da imprensa, que seguidamente enfrenta represálias por parte de líderes políticos alinhados ao presidente. O documento também detalha a criação de uma retórica constantemente agressiva e direcionada, em especial, à jornalistas.
“O presidente insulta regularmente os jornalistas e a mídia. Ele mobiliza exércitos de apoiadores nas redes sociais, como parte de uma estratégia afinada de ataques coordenados que visam a desacreditar a imprensa, rotulada como inimiga do Estado”, diz um trecho do relatório elaborado pela ONG.
Há, também, em linhas mais gerais a observação por parte da Repórteres Sem Fronteiras que o advento das Fake News tem sido determinante na consolidação de espaços de repressão à mídia em todo o planeta. O texto aponta que a disseminação desse tipo de inverdade constrói um ambiente de ‘envenenamento do debate público’.