Birra ou seletividade alimentar? Veja como a psicologia pode ajudar

Comportamento exigente na hora da alimentação pode estar associado a causas emocionais




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criança comendo

A Seletividade Alimentar é um distúrbio caracterizado pela recusa ou desinteresse a grande quantidade de alimentos, sem uma justificativa física ou biológica aparente. Quando não tratado corretamente, a má alimentação pode levar a quadros de desnutrição, baixo peso, deficiência de vitaminas e comprometimento do desenvolvimento. Essa é uma forma de transtorno alimentar pouco conhecida pelos pais, pois pode ser confundida como birra ou malcriação, mas que pode levar a quadros de depressão e/ou ansiedade social ao longo da adolescência e vida adulta.

O ato de comer é multissensorial, ou seja, utiliza os cinco sentidos (tato, visão, olfato, paladar e audição). É por isso que, quando identificada uma relação disfuncional da criança com a comida, pode ser necessário uma abordagem multidisciplinar com intervenção de fonoaudiólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e psicólogos.

Para Adriana Romão, professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Maurício de Nassau Juazeiro do Norte – Uninassau, os pais devem se preocupar quando a seletividade for demasiadamente limitada. “É muito comum a criança apresentar, na segunda infância, uma seletividade, porém não deve ser tão restrita. Quando a criança começa a ter uma relação disfuncional com o alimento, ou seja, a recusar um número significativo de alimentos sem que façam mal ou que tenham um gosto ruim, simplesmente por associar a sentimentos como medo, culpa ou vergonha, a gente percebe já que existe uma relação com algo que já foi vivido e não foi agradável”, afirma.

Muitas vezes, a seletividade alimentar pode ser desencadeada por algum trauma ou mudança drástica na rotina da criança, por isso, se faz necessário um acompanhamento psicólogo para identificar e tratar as causas dessa disfunção alimentar, proporcionando maior estabilidade emocional e melhor qualidade de vida para as crianças e seus familiares. “Melhorar essa relação entre a alimentação e as emoções é tornar esse momento prazeroso. É fazer com que a criança possa também preparar o alimento, levando-a para a cozinha para que ela ajude no preparo de uma receita e entenda o valor daquilo, criando memórias afetivas, onde a criança vai começar a entender que a alimentação está associada a boas emoções”, complementa Adriana.