Após mais de 05 horas de reunião, Anvisa aprova uso emergencial de vacinas contra Covid-19

A agência aprovou os imunizantes desenvolvidos em parceria com o Instituto Butantan e com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)




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A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esteve reunida desde às 10h deste domingo, 17, e em um encontro que atravessou a tarde debateu e aprovou por unanimidade o uso em caráter de urgência de dois imunizantes contra a Covid-19. As vacinas aprovadas são desenvolvidas pela farmacêutica Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, e pelo consórcio Astrazeneca/Oxford, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Inicialmente foram realizadas exposições sobre o processo de desenvolvimento, e estudos clínicos dos dois imunizantes que estavam sob análise. As exposições foram conduzidas por servidores técnicos da Anvisa, tanto da área epidemiológica, quanto do campo estatístico. Assim, todos os detalhes dos procedimentos adotados metodologicamente para confecção das vacinas foram explanados, assim como foi apontado os aspectos que definem o nível de eficácia de cada um dos imunizantes.

A primeira a votar foi a relatora da solicitação de uso emergencial, Meiruze Freitas defendeu a Anvisa, seus procedimentos, e lembrou que o Brasil passa por um momento difícil no que concerne a Pandemia. A relatora fez questão de indicar que 10% das mortes causadas pelo novo coronavírus ocorreram no Brasil. Por fim, Meiruze votou favoravelmente a aprovação da utilização excepcional das duas vacinas em avaliação. Entretanto, apontou a necessidade do estabelecimento de um termo de compromisso que deve ser firmado junto ao Instituto Butantan. Segundo este termo, o Butantan deve apresentar dados que informem o período de proteção que imunizante é capaz de conferir.

Em seguida votaram Ramison Mota e Alex Campos, ambos acompanharam as observações feitas pela diretora relatora, Meiruze Freitas. Alex Campos enalteceu o papel dos trabalhadores da área da saúde e lembrou o trabalho do ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Cristianne Jourdan, quarta votante, seguiu os demais companheiros de colegiado, tecendo elogios ao trabalho feito pela relatora. Por fim votou Antônio Barra Torres, presidente da Anvisa. Barra Torres lembrou da necessidade de publicação em Diário Oficial, para que as aprovações entrem em vigor, afirmou ainda que se solidariza com as pessoas que de sobremaneira sofrem nesse processo de pandemia.

Barra Torres fez questão de endossar que a aprovação tem caráter temporário, e que há necessidade da sequência na produção de informações e dados, a fim de garantir uma futura aprovação definitiva.

Todos os diretores colocaram foco luminar sobre o trabalho árduo, e necessário, de milhares de cientistas que se empenham na busca de imunizantes eficientes e eficazes. Indicaram, também, de modo reafirmado, a importância do seguimento da adoção de medidas de proteção, uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social.