Alimentação como aliada no combate à depressão: como investir em um cardápio nutritivo

Evidências científicas comprovam que existe uma correlação positiva entre nossos hábitos alimentares e doenças neuropsiquiátricas.




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Alimentação saudável, salada

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa a segunda posição no continente americano em índices de ansiedade e depressão. Embora esses transtornos estejam associados a desafios sociais e econômicos, suas raízes também residem em alterações químicas nos neurotransmissores – importantes moléculas responsáveis pela comunicação entre os neurônios. A boa notícia é que diversas evidências científicas comprovam que existe uma correlação positiva entre nossos hábitos alimentares e doenças neuropsiquiátricas.

Para além da atividade física e do acompanhamento psicológico, a alimentação desempenha um papel imprescindível para o bom funcionamento do corpo e da mente, promovendo uma sensação de alegria e bem-estar. Isso se deve ao fato de que a comida representa a principal fonte de energia e nutrientes para o organismo. Segundo Ludmila Araújo, docente do curso de Nutrição do Centro Universitário Maurício de Nassau Juazeiro do Norte – Uninassau, podemos subdividir a alimentação em pró-inflamatória – que instiga eventos neuropsiquiátricos, como a depressão -, e anti-inflamatória, que nos auxiliará a combater essas patologias.

Por isso, é importante ter atenção ao que está sendo consumido e às quantidades recomendadas. Comidas pró-inflamatórias, como as ultraprocessadas, industrializadas e o álcool, são ricas em açúcares e gorduras, que causam picos e quedas abruptas de glicemia no sangue. Para Ludmila, devemos evitar o consumo dessas substâncias, pois prejudicam as bactérias boas da microbiota intestinal. “Existe uma relação física, ou melhor, uma comunicação bidirecional entre o nosso intestino e cérebro. Quando a microbiota intestinal está desregulada, a produção de neurotransmissores, especialmente a serotonina, é alterada, o que se relaciona com um dos mecanismos da etiopatogênese da depressão”, afirma a nutricionista.

Assim, é recomendável priorizar alimentos naturais, como frutas, legumes, oleaginosas e proteínas, que contém aminoácidos estimulantes da serotonina, um regulador de humor. Verduras verde-escuras, como espinafre e brócolis, são ricas em ácido fólico, responsável por manter diversas funções importantes no corpo. “Peixes como truta, sardinha, atum e salmão contribuem para a produção de ômega-3, fundamental na estabilização do humor. Além disso, o consumo de cereais como aveia, chia ou centeio, ricos em fibras, e frutas vermelhas, com alta concentração de antioxidantes, auxiliam na eliminação de toxinas, combatendo a ansiedade e depressão”, finaliza a Ludmila Araújo.